sábado, 27 de julho de 2013



E o ladrão és tu,que expõe, que entrega e denuncia. Tu que se diz inocente e acusa a tantos culpados, que grita, chora e lamenta os fardos pesados, que perece no próprio julgamento. Tão inocente quanto culpado. E nas lamúrias e nas dores não encontra razão. Tu que vaga sem sentido, que a alma padece confusa e não enxergas mais nada além das formas difusas.. Tu que sangra, suspira, respira, caminha, rasteja, implora, que sufoca-se em poucas palavras, afoga-se no vazio que ocupa dentro de si. Tu de carne, osso e sentimento, tão dono do destino e tão perdido nos próprios mapas. Tu que tanto buscas e não chega, que tanto fala e não acha resposta. Que não escuta a própria voz... Cala-te.


Ig Ferreira

domingo, 7 de julho de 2013

Dead in Memory



Me abrace que eu acreditarei na mentira de que tudo ficará bem.
Me abrace que eu mesmo farei com que tudo fique bem.
Me abrace que tentarei viver mais dias nesse mundo onde todos querem me ver morto.
Me abrace que eu acreditarei que amor vence tudo e destruirá todas as barreiras.
Mais uma vez me sinto como uma presa fugindo de um caçador, não tenho pra onde correr.
Todos os caminhos a mim apresentados, conheço-os. Sei onde todos me levarão.
Sem você aqui me sinto sozinho no mundo, apenas mais um perdedor nesse mundo desleal.
Mas a realidade é assim. Quem pode, salva a própria alma.
Enquanto eu luto cada dia com unhas e dentes sobreviver.
Me livrei da ilusão pra lutar.
Sim, eu estou volta!
O mudo que construí desmoronou sem você e agora só me resta lutar.
Relatos sinceros e verdadeiros daquele bêbado vagabundo que todos chutaram e desprezaram.
Nenhum deles conhece a minha força ou conhece a minha vontade de sobreviver e mudar esse mundo que considero todo errado.
Estou de volta e única força é a de seguir em frente.
Vontade ou lei  de ir em frente?
Tudo está quebrado e você não faz ideia da guerra de travo dentro de mim, nenhum remédio me faz sentir bem ou apaga tudo que está rasgado em minha alma.
Tentei me segurar em coisas pequenas, mas não foram suficientes.
Agora eu pago um preço muito caro pelo que se partiu em minha mente.
Como me reerguer dentro de uma guerra ?

É isso que eu sou dentro de minha mente, um cadáver tentando, lutando pra retornar a vida.
Mas esse mundo é cruel...

 Tudo que busco é contra mim.
Morto mais uma vez dentro de memórias que me apagaram.
Mas como a chama de um fogo ardendo dentro daqueles que ainda acreditam na vitória!
Esperando a hora certa de agir e mostrar ao mundo que eu não morri.
Que eu estou mais vivo do que nunca!


(Kira Fernandes)