sábado, 7 de junho de 2014

Musa da Solidão


Por mais que eu saiba que você não mereça, não consigo evitar de derramar tantas lágrimas por você. 
Está nas nuvens com seu novo amor e eu permaneço com minhas raízes cada vez mais fundo num inferno fedendo a enxofre. 
Não tenho com o explicar o vazio que agora ocupa o meu peito, uma dor aguda que por mais que seja familiar arde como se fosse novidade. 
Meu deus e como eu sinto! Sinto tanto, tão intensamente, erroneamente querendo que você sinta o mesmo. 
Mas você sente, sente por outro alguém que não sou eu, outro alguém que lhe fez promessas melhores que as minhas. Alguém que cumpriu essas promessas. 
“Só escrevo pra quem me magoa...” Pois então ganhou a sua poesia , sofrida como todas as outras, chorada, amarga, ganhou em tinta e papel o que quero apagar e esquecer. 
Infelizmente tenho memória boa, boa o suficiente pra lembrar não apenas do que me faz mal, mas também do quando me fez bem. 
E isso é terrívelterrível porque fica mais difícil de esquecer. Queria ter escrito nossa historia na areia da praia pra maré te levar numa manhã de ressaca. 
Ressaca agora só a minha, quanto mais você pede pra morrer mais vivo você fica. E ela grita que seu mundo ficou mais belo depois que você apareceu; 
E o meu? 
E o meu? Que o diabo me carregue, porque já me entreguei faz muito tempo. Mas o desgraçado não levou meu coração, esse deve ser então o meu castigo: “Sentir por quem já não sente mais.” 
Seja feliz, feliz como eu brigo todo dia pra ser.


Kira Fernandes