sábado, 7 de junho de 2014

Musa da Solidão


Por mais que eu saiba que você não mereça, não consigo evitar de derramar tantas lágrimas por você. 
Está nas nuvens com seu novo amor e eu permaneço com minhas raízes cada vez mais fundo num inferno fedendo a enxofre. 
Não tenho com o explicar o vazio que agora ocupa o meu peito, uma dor aguda que por mais que seja familiar arde como se fosse novidade. 
Meu deus e como eu sinto! Sinto tanto, tão intensamente, erroneamente querendo que você sinta o mesmo. 
Mas você sente, sente por outro alguém que não sou eu, outro alguém que lhe fez promessas melhores que as minhas. Alguém que cumpriu essas promessas. 
“Só escrevo pra quem me magoa...” Pois então ganhou a sua poesia , sofrida como todas as outras, chorada, amarga, ganhou em tinta e papel o que quero apagar e esquecer. 
Infelizmente tenho memória boa, boa o suficiente pra lembrar não apenas do que me faz mal, mas também do quando me fez bem. 
E isso é terrívelterrível porque fica mais difícil de esquecer. Queria ter escrito nossa historia na areia da praia pra maré te levar numa manhã de ressaca. 
Ressaca agora só a minha, quanto mais você pede pra morrer mais vivo você fica. E ela grita que seu mundo ficou mais belo depois que você apareceu; 
E o meu? 
E o meu? Que o diabo me carregue, porque já me entreguei faz muito tempo. Mas o desgraçado não levou meu coração, esse deve ser então o meu castigo: “Sentir por quem já não sente mais.” 
Seja feliz, feliz como eu brigo todo dia pra ser.


Kira Fernandes

sábado, 1 de março de 2014

Eu queria que você desfizesse suas malas. Quando comecei a escrever essa historia, eu devia ter prestado atenção em todos os sinais. Queria escrever esse final de outro jeito. Um dia eu vou dar jeito de fazer tudo isso ficar bem. Mas hoje eu realmente não vejo um outro jeito. Fechei meus punhos e derrubei toda a minha bebida, estive no fundo de cada garrafa. Mas eu cometi um erro ao entregar-lhe um coração quebrado. Como um filme de terror hollywoodiano penso em todos os erros que poderiam ter sido evitados. Que poderíamos terminar unidos, falando tudo o que tínhamos que falar. Mas hoje essa historia é contada exatamente como uma novela. Eu queria que você desfizesse suas malas, abrir meus punhos e dizer que nada está errado. Me sinto doente doente por dentro. Eu disse que a queria e juro que ainda quero, mas viver comigo deve ter a matado. Eu vou dar um jeito, de alguma maneira vou fazer tudo ficar bem. Um cego, um sábio ou um bandido, como você se lembrará de mim?

Kira Fernandes